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Fábia Rebordão

(N. 28 março, 1985)

ara Fábia Rebordão, fado é a forma de cantar a vida, uma vida feita de momentos repletos de verdade. Aliás, para Fábia Rebordão, fado significa verdade – e, se estiver a cantar com verdade, estará sempre a cantar fado.

Desde que, com seis anos, foi escolhida para cantar numa festa de Natal, na escola, a música tornou-se, de imediato, o seu foco e a sua vocação. As colheres de pau serviam de microfone e as janelas de casa eram o instrumento perfeito para reverberar a sua voz. À noite, fechava os olhos e deixava-se embalar por aplausos imaginários, rumo à terra dos sonhos. Se lhe perguntassem o que queria ser quando fosse grande, a resposta era simples: queria cantar. Um vizinho afirma categórico “tens voz de fado”, lançando-lhe o desafio de aprender dois fados para que possa atuar, pela primeira vez, na Tasca do Chico.

A experiência deixa-a de tal forma inebriada que, na mesma noite, canta nas várias casas circundantes. A sua vida nunca mais seria a mesma: faz o percurso das coletividades e das tasquinhas, onde encontra a verdadeira essência do fado. Com 14 anos, está a cantar nos Ferreiras mas também na Taverna do Embuçado. Não foi à universidade mas aprendeu com os mais catedráticos professores, de Fernando Maurício a Beatriz da Conceição, de Celeste Rodrigues a Paquito.

Só que a música, em Fábia Rebordão, nunca se encerrou apenas no fado: com 17 anos, integra o musical “My Fair Lady”, de Filipe La Féria, mas também mostra sede de aprender, ao participar, em 2003, em “Operação Triunfo”, emitido pela RTP. Eclética, versátil, eterna curiosa, lança-se até na representação, sendo possível encontra-la na série “O Clube”, da SIC.

Liberta de amarras que provocassem constrangimentos ao olhar, interessa-se pelas músicas de raiz, do flamenco aos blues, do jazz ao folclore, do samba à morna, músicas que nascem nas ruas e que lhe provocam arrepios, que transpiram verdade. Como o fado. Em 2011, a sua primeira letra, “Quem Em Mim Habita”, com música de Alfredo Marceneiro, dá o mote para o seu primeiro álbum: “A Oitava Cor” não é, apenas, o seu registo de estreia – é, também, o disco no qual Fábia Rebordão se apresenta em pleno. Cinco anos mais tarde, surge “Eu”, álbum em que canta Tozé Brito ou Pedro da Silva Martins mas onde assume ainda mais a sua preponderância como compositora. Muito mais do que uma interprete, Fábia Rebordão é a autora que já compôs para nomes como Miguel Ramos, Jorge Fernando ou Cuca Roseta.

Sucedem-se os aplausos: é distinguida com o Prémio Amália para Revelação, reconhecimento que o semanário Expresso também lhe atribui, ao mesmo tempo que percorre os melhores palcos do planeta, chegando a atuar no mítico Carnegie Hall, em Nova Iorque, ou no Concertgebouw, em Amesterdão, com a orquestra sinfónica dirigida pelo galardoado maestro e produtor Vince Mendoza.

Em Maio de 2021 lança “Eu sou”, um álbum duplo com originais, sendo nove deles da sua autoria, e recriações de temas de outros artistas.  Do repertório de Amália Rodrigues, destaca-se “Estranha forma de vida”, numa celebração que se reparte entre o centenário da diva e a homenagem a uma das suas maiores referências. Para além deste tributo, foi também uma das vozes escolhidas para as comemorações do centenário, em Julho de 2020, no concerto “Bem-vinda Sejas Amália”.

 

Fonte:

Ruela Music

Fábia Rebordão. Foto de José Frade

Fábia Rebordão em concerto. Foto de José Frade.

Fábia Rebordão em concerto. Foto de José Frade.

Fábia Rebordão em concerto. Foto de José Frade.

Fábia Rebordão. Foto de José Frade

Fábia Rebordão. Foto de José Frade