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Luisa Rocha

O fado de Luísa Rocha tem esta serenidade. Cresceu em terreno firme, ao longo de uma década, com a humildade segura e consciente de quem sabe colher os ensinamentos dos velhos mestres e apreendê-los lucidamente sem nunca ceder à tentação da imitação fácil.

A intransigência na selecção do repertório e o respeito severo pela tradição de que é herdeira são, aliás, outras das qualidades que dificilmente encontramos e que encontramos no fado de Luísa Rocha.

Nele se combinam a austeridade do tradicional e o arrebatamento apaixonado de quem compreendeu – há muito – a essência do que canta. Esta maturidade artística de Luísa Rocha forjou-se há quase uma década, na solidez dos ensinamentos do Rei do Fado Menor, António Rocha, na escola do Museu do Fado e aprimorou-se, depois, no Marquês da Sé da grande Alexandra. Bebeu da experiência do grande palco e continuou crescendo ao revisitar a figura de Ercília Costa no cinema. A maturidade de Luísa é sabedora das histórias colhidas a Fontes Rocha no quotidiano vivido nas casas de fado. E deixa-se entretecer também na cumplicidade dos mais novos, como o atesta o tributo fundamental de Carlos Manuel Proença.

O fado de Luísa Rocha é também, por tudo isto, brutalmente honesto. Saem-lhe transparentes as palavras ditas. Inteiras e plenas de significado. Com a solidez de quem trilha um caminho novo, pela simples razão de trazer consigo o mais genuíno encantamento pelo passado.

Luísa Rocha fez parte do elenco de algumas das mais prestigiadas casas de Fado de Lisboa, Clube de Fado e Casa de Linhares e já conta com dois álbuns editados: "Uma noite de amor" (2011) e "Fado Veneno" (2015).

 

Fonte:

Pereira, Booklet do CD “Uma Noite de Amor”, David Ferreira Investidas Culturais, 2011

 

Luisa Rocha, 2011

Luisa Rocha, 2011

Luisa Rocha, foto de Carlos Mateus de Lima