História do Museu

Desde a sua abertura ao público em 1998, para o Museu do Fado têm convergido os espólios de centenas de intérpretes, autores, compositores, músicos, construtores de instrumentos, estudiosos e investigadores, artistas profissionais e amadores, em suma, de centenas de personalidades que testemunharam e construíram a história do Fado e que não hesitaram em ceder-nos os testemunhos do seu património afectivo e memorial para a construção de um projecto comum.

A todos o Museu do Fado presta a sua homenagem, investigando, conservando e promovendo as singularidades desta arte performativa, oriunda nos bairros históricos de Lisboa e que ao longo de uma história aproximada de 200 anos, foi capaz de absorver influências culturais e tecnológicas diversas, desenhando um trajecto de consagração nas mais diversas áreas, e que se perpetuaram ao longo de quase todo o século XX, na exacta proporção da sua celebração popular.

Integrando um acervo único no mundo, de relevância primordial no estudo do nosso património cultural e etnográfico, o Museu incorporou, desde a sua implementação e ao longo de uma década de actividade, distintas colecções de periódicos, fotografias, cartazes, partituras, instrumentos musicais, fonogramas, trajes e adereços de actuação, troféus, medalhística, documentação profissional, contratos, licenças, carteiras profissionais, entre inúmeros outros testemunhos que coexistiram e/ou criaram o Fado, património essencialmente intangível e imaterial, que todos reconhecemos efémero, fugaz, incorpóreo, irrepetível e, neste sentido, dificilmente se materializando noutro testemunho que não o da memória individual de cada um de nós.

Testemunhando esta relação de interdependência entre as peças museológicas materiais e a imaterialidade do património que evocam e documentam, o Museu do Fado integrou, desde a sua génese, as valências funcionais inerentes à museologia do património intangível.

Neste contexto, o Museu tem desenvolvido um programa de actividades que tem incluído a realização regular de exposições temporárias, as edições próprias, seminários e workshops, apresentações discográficas e editoriais, a par da programação de actividades de investigação científica, fomentando parcerias com instituições do ensino superior, enquanto dialoga abertamente com os detentores do conhecimento sobre esta prática: intérpretes, músicos, autores, compositores ou construtores de instrumentos.

De facto, esta assunção da imaterialidade do objecto museológico - o universo intangível do fado tem constituído um pressuposto central dos desígnios do Museu, estruturado no diálogo aberto com os protagonistas do universo do fado. Na sua arte e no seu talento criativo este património imaterial do fado continua hoje, como ontem, a construir-se e a recriar-se, para nosso encantamento, nos circuitos de um imenso museu sem paredes, que se abre de Lisboa ao Mundo.
No último trimestre do ano de 2006 a EGEAC EM apresentou uma candidatura ao Programa Operacional da Cultura para efeitos de realização do Projecto de Recuperação e Valorização do Museu do Fado. Somando diferentes componentes de intervenção, esta candidatura contemplava a reabilitação de coberturas e revestimentos de fachadas do edificado, a eliminação de barreiras arquitectónicas - qualificando as acessibilidade para os visitantes com mobilidade condicionada - o reforço das condições de segurança - através da instalação de sistemas de circuito fechado de televisão - e a valorização do circuito museológico através da ampliação e renovação da exposição permanente do Museu. O Projecto de Recuperação e Valorização do Museu do Fado concretizou-se em 2008.

Esta ampliação e renovação do circuito expositivo do Museu do Fado valeu-lhe, no ano de 2009, a atribuição de vários prémios e distinções nomeadamente o Prémio Ensaio e Divulgação atribuído pela Fundação Amália Rodrigues, Menção Honrosa - Melhor Museu Português atribuída pela Associação Portuguesa de Museologia e a classificação, pelo Turismo de Portugal, entre os cinco finalistas na categoria de Requalificação de Projecto Público.

 

PRÉMIOS ATRIBUÍDOS AO MUSEU DO FADO

2006
Troféu Neves de Sousa atribuído pela Casa da Imprensa


2009
Prémio Ensaio e Divulgação atribuído pela Fundação Amália Rodrigues

Menção Honrosa - Melhor Museu Português atribuída pela Associação Portuguesa de Museologia APOM

Classificação, pelo Turismo de Portugal, entre os cinco finalistas na categoria de Requalificação de Projecto Público


2011
Inscrição do Fado na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO)


2012
Prémio SPA Pró-Autor atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores, distinguindo o trabalho feito pelo Museu do Fado em prol dos autores


2015
Prémio Nacional de Reabilitação Urbana
Casa da Severa | Museu do Fado


Prémio Internacional BIGMAT'15

Projecto de Renovação da Casa da Severa | José Adrião Arquitectos | Museu do Fado


Dubai International Award Best Practices 2014 | UN-HABITAT - Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU) e Município do Dubai

Museu do Fado | EGEAC | CML - Pelo seu papel dinamizador na requalificação cultural dos bairros históricos de Alfama e Mouraria


2016  
Melhor Álbum de Banda Desenhada atribuído no 27º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora
Edição do Museu do Fado Tudo isto é Fado, de Nuno Saraiva


2023
Distinção do Museu do Fado pela Associação das Colectividades de Cultura e Recreio