4 janeiro, 2021

Carlos do Carmo (1939 - 2021)

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Hoje é dia de luto nacional

Nome maior do Fado e uma das grandes vozes da história da Música Portuguesa do século XX, Carlos do Carmo faleceu, aos 81 anos, no primeiro dia de 2021. As cerimónias fúnebres realizam-se hoje, dia 4 de Janeiro, a partir das 10h, na Basílica da Estrela, em Lisboa. A missa de corpo presente inicia-se às 15h, sendo o funeral reservado à família. 

Neste dia de luto nacional decretado pelo Governo, a cerimónia será aberta a todos os que queiram prestar uma última homenagem ao fadista, estando garantidas as devidas regras de segurança sanitária. 

 

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística, em 1964.

Voz que se transformou há muito numa espécie de banda sonora da cidade de Lisboa e onde todos nós, colectivamente, nos reconhecemos, Carlos do Carmo foi o primeiro artista português a ser agraciado com um Grammy Latino em nome próprio. Foi também agraciado pela Presidência da República Portuguesa como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e Grande-Oficial da Ordem do Mérito.

O seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres. O cantor despediu-se dos palcos em 9 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Impulsionador da criação do Museu do Fado desde o início, trabalhou connosco ao longo de mais de 20 anos, numa entrega apaixonada à grande causa da preservação da sua herança cultural. Foi o rosto e grande embaixador da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Em 2014, o Museu do Fado produziu uma exposição na Cordoaria Nacional que celebrava os seus 50 anos de carreira. 

Carlos do Carmo protagonizou alguns momentos do maior significado para a história do fado e ao longo de mais de cinquenta anos tem estado associado a um processo de renovação permanente do repertório poético e musical do Fado.

A publicação do seu derradeiro álbum, "E Ainda?", foi anunciada para este ano pela editora Universal Music.