Martinho D'Assunção

19 junho, 2014 a 25 setembro, 2014

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O Museu do Fado apresenta uma mostra consagrada ao compositor Martinho D'Assunção por ocasião do centenário do seu nascimento. Fotografias, instrumentos musicais e discos, entre outros documentos, contam a história deste homem que além de compôr, acompanhou inúmeros fadistas e formou e dirigiu sucessivos conjuntos de guitarras. 

 

“Indiscutivelmente o primeiro concertista de viola português. É, igualmente, um inspirado compositor. A arte de Martinho d’Assunção tem o fulgor divino das grandes concepções do espírito. O Fado deve a este rapaz cheio de talento valiosos serviços”

In Guitarra de Portugal, 25 de Dezembro de 1945

 

Filho do poeta do fado, Martinho d´Assunção nasceu em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, em 12 de Abril de 1914.

A vocação para instrumentista desde cedo que se manifestou na sua vida. Ainda na sua infância experimentou a guitarra, o bandolim e o violino. Martinho d´Assunção Júnior optou pela viola, e já em 1927 a “Guitarra de Portugal”, após um concerto seu no Politeama, dava conta da virtude de tão “pequenito tocador de viola”. Anteriormente, em 1926, já o pequeno violista se havia estreado ao lado de Armandinho.

Rapidamente Martinho d´Assunção se projecta em concertos e espectáculos, tanto a nível nacional como internacional, e em 1932 acompanha Armandinho, Ercília Costa e João da Mata, numa digressão pelas Ilhas da Madeira e dos Açores.

Em 1933 a “Guitarra de Portugal” volta a referir mais uma tournée, por terras de Angola, Moçambique e ex-Rodésia, desta vez Martinho d´Assunção integra o Grupo Artístico de Fados, juntamente com Berta Cardoso, Madalena de Melo, Armandinho e João da Mata.

A par da faceta de compositor, o violista dedicou-se também ao ensino do instrumento, contribuindo de modo significativo para a divulgação do mesmo.

Nos últimos anos da sua vida trabalhou praticamente em exclusivo para o “Faia”, de Lucília do Carmo e quando aquela casa encerrou, formou o “Trio de Guitarras de Martinho d’Assunção”, com Arménio de Melo e Vital Assunção (seu neto) e, posteriormente o “Opus Fado” onde, ao trio anterior se juntava o fadista Chico Madureira. Com esta formação de trio actuou em casas de fado como o Painel do Fado, a Tipóia e Os Gordos, bem como em tournées internacionais, com espectáculos na Suécia, França, Alemamnha, entre outros.

Faleceu em 29 de Março de 1992.