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José Porfírio

(M. 14 agosto, 1940)

José Porfírio nasceu em 1909 e iniciou-se nas "lides fadistas", como ele próprio confessou numa pequena entrevista ao "Trovas de Portugal" (Agosto de 1933), por influência de seu irmão, Ricardo Porfírio, de Filipe Pinto e João Pereira da Silva, todos amigos de infância e cantadores na zona da Graça.

Exerceu as profissões de motorista e de manufacturador de calçado.

Pertenceu ao Grémio Literário Amadores do Fado, de que seu irmão foi um dos fundadores, tendo sido aí que conquistou grande popularidade.

Cantou, como amador, no Centro Fernão Boto Machado, no Centro Republicano Magalhães Lima, em inúmeras festas de homenagem e de solidariedade, e nas cervejarias “Boémia” e “Rosa Branca”.

Admirador confesso do fado "alexandrino" diz: "foi na festa do meu irmão no Centro Magalhães Lima, que um grupo de amigos organizou em sua homenagem, em virtude de ele se encontrar acidentalmente em África que mais me emocionei. Cantei tão sentida e apaixonadamente pela saudade de meu irmão que não sei se mais alguma vez cantei melhor do que nessa tarde." (cf. Trovas de Portugal, 26 Agosto, 1933)

Sobre a decadência do fado, respondeu ainda: "O fado não está decadente. Os fadistas é que vão decaindo pela falta de orientação. Os fadistas não se auxiliam, atropelam-se."

Estreou-se como profissional em 1929 no retiro “Ferro de Engomar”. Passou também pelo “Retiro da Severa”, “Solar da Alegria” e no Coliseu dos Recreios; nos cafés “Ginásio”, “Mondego” e “Luso” e em quase todos os retiros, sociedades de recreio e teatros de Lisboa (exceptuando o S. Carlos e o Nacional).

Gravou os discos de grande sucesso "Consagração do Fado" e "Fado Vitória".

Cantou ainda em casa do conde de Proença, em casa de alguns fidalgos de Vila Franca de Xira e ainda no Coliseu dos Recreios aquando da festa artística do actor Rui Metelo.

José Porfírio viria a falecer em Agosto de 1940, no Hospital S. José onde dera entrada a fim de se submeter a uma operação cirúrgica. O fadista contava com 31 anos de idade e fazia parte do elenco privativo do “Retiro da Severa”, que em sinal de luto fechou no dia do falecimento. O funeral realizou-se para o Cemitério Oriental, com grande concorrência de fadistas que lhe oferecerem uma coroa de saudades.(cf. “Canção do Sul”, 16 de Agosto de 1940).

 

Fonte:

“Trovas de Portugal”, 26 de Agosto de 1933;

Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves;

“Canção do Sul”, 26 de Agosto de 1940.

 

José Porfírio