CUCA ROSETA & DANIEL CASARES

Cuca Roseta e o guitarrista espanhol Daniel Casares apresentam RAYANA, um disco que é do Fado tanto quanto do Flamenco, que é da voz tanto quanto da guitarra, que é pioneiro numa aprofundada troca entre dois géneros que se confundem com a história dos respetivos países. Em “Rayana”, fado e flamenco são linguagens em permanente sedução, uma a querer pertencer ao universo da outra, a querer redescobrir-se pelos olhos que a observam do outro lado da fronteira, aberto aos fluxos vindos do outro lado, lugar de pertença a dois mundos.

Cuca Roseta e Daniel Casares (um dos mais notáveis guitarristas de flamenco) assistiram ao concerto um do outro, ficando de tal forma encantados que levaram dessa noite a vontade de trabalharem juntos. E aconteceu. Cuca Roseta trouxe o fado, Daniel Casares chegou com o flamenco. Escolheram alguns temas dos cancioneiros dos dois lados da fronteira e tocaram juntos por diversas vezes - oferecendo a história do género a que se dedicam, a sua história pessoal na relação com essa tradição e a história improvisada e intuitiva de como encaixam no universo do outro. Desses encontros fortuitos viria o desejo de gravarem algo juntos.

Encontrada essa admiração mútua e a abertura para serem contagiados pela linguagem um do outro, Cuca Roseta e Daniel Casares pesquisaram e identificaram o reportório que poderiam abordar em conjunto. A história viria a ser facilitada pela expressão comum que há nos dois géneros, flamenco e fado. Assim nascia Rayana.

Em “Rayana” cruzam-se canções de gigante popularidade em Espanha e poucas vezes reinterpretadas - como três temas de enorme intensidade - “Si Si Si”, “Lé Ré Lé” e “La, La, La”-  com versões de “Estranha Forma de Vida” ou “Lágrima”, transformadas pela guitarra de Casares e escutadas como nunca antes.

No encontro entre estes dois mundos, somos convidados a embarcar numa viagem de descoberta do outro e de redescoberta do próprio, por dois intérpretes de absoluta excelência.

Rayana é a prova de que as fronteiras não passam de linhas imaginárias que se transpõem. E de que o que realmente interessa ao visitar e encetar um diálogo com outra cultura é estar aberto a ser por ela transformado sem recear qualquer perda de identidade. Pelo contrário, em Rayana a identidade é um belo e emocionante universo em expansão.

Foto: Pedro Ferreira

Co-produção: EGEAC | Museu do Fado, Embaixada de Espanha em Portugal e Zález Artist Collect