Conheça melhor:
Alfredo Marceneiro
(N. 25 fevereiro, 1891 - M. 26 junho, 1982)Alfredo Rodrigo Duarte, que ficou conhecido por Alfredo Marceneiro, dada a sua profissão, nasceu em Lisboa, a 25 de Fevereiro de 1891.
Filho de Gertrudes da Conceição e Rodrigo Duarte, Alfredo foi o primeiro filho do casal, seguiram-se dois irmãos - Júlio e Álvaro - e uma irmã - Júlia.
Em 1905, quando tinha apenas 13 anos, o seu pai faleceu e Alfredo Duarte abandonou os estudos para ir trabalhar e ajudar no sustento da família. O seu primeiro emprego foi o de aprendiz de encadernador.
Tomou contacto com o Fado ao assistir às cegadas de rua. Conheceu então Júlio Janota que, para além de participar nas cegadas, tinha o ofício de marceneiro e lhe arranjou lugar como seu aprendiz numa oficina em Campo de Ourique.
Alfredo Duarte começou por cantar Fados nos bailes populares que frequentava, entre os 14 e os 17 anos. É nesta altura, em 1908, que faz a sua estreia na cegada do poeta Henrique Lageosa, inspirada no argumento do filme mudo O Duque de Guise, onde interpreta o papel da amante do Duque.
Para além de participar nas cegadas, onde desenvolve o seu método de dizer bem e dividir as orações, Alfredo Duarte começa a cantar em diversas festas de solidariedade e nos retiros do Caliça, Bacalhau, José dos Pacatos, Cachamorra, Baralisa e Romualdo, mas é no 14 do Largo do Rato que se torna mais conhecido.
É alcunhado de "Alfredo Lulu" por se vestir de forma elegante e aprumada, mas será o apelido de "Marceneiro", que se eternizará, cantado pelo próprio fadista no poema de Armando Neves, de que reproduzimos um excerto:
Esse nome artístico - "Alfredo Marceneiro" - surge numa festa de homenagem aos cantadores Alfredo dos Santos Correeiro e José Bacalhau, como o próprio fadista conta: "Uma noite fui convidado por amigos que já me tinham ouvido cantar em paródias próprias da idade a ir ao Club Montanha (hoje Ritz). Dirigia a festa o poeta Manuel Soares e perguntou: «Quem é este rapazinho? Como se chama? Que ofício tem?» Então, quando me apresentou ao público, esquecendo o meu apelido, anunciou: «Vai cantar a seguir o principiante Alfredo... Alfredo... Olhem não me ocorre o apelido. É Alfredo... Marceneiro...» E ainda hoje sou o Alfredo Marceneiro.".
Ao longo da sua vasta carreira, e apesar de manter a sua profissão de marceneiro, Alfredo Duarte é contratado para exibições em casas como o Clube Olímpia, onde esteve com Armandinho, Júlio Proença e Filipe Pinto, e depois em outras casas típicas como a Boémia, na Travessa da Palha, o Ferro de Engomar, o Castelo dos Mouros, o Solar da Alegria, ou o Júlio das Farturas, onde cantou durante um ano.
No ano de 1924 participa num concurso de Fados do Sul-América, um espaço situado na Rua da Palma, e onde ganhou a "Medalha de Ouro". Nesse mesmo ano canta durante dois meses no Chiado Terrasse para animar as noites de cinema e é presença na "Festa do Fado" organizada pelo jornal "Guitarra de Portugal" no Teatro São Luiz.
A partir desta data a sua carreira prossegue com grande sucesso actuando em casas como o Retiro da Severa, o Solar da Alegria ou o Café Mondego. Chega mesmo a ter a sua própria casa, o Solar do Marceneiro, no final da década de 1940, mas sendo um espírito irrequieto não consegue cingir-se a cantar diariamente nesse espaço.
Como exemplo dos momentos mais evidentes da admiração e fama que adquiriu ao longo da sua longa carreira salientamos: a organização de uma festa artística, em 1933 no Júlio das Farturas do Parque Mayer; em 1936, o segundo lugar do título "Marialva", ganho num concurso do Retiro da Severa; a 10 de Maio de 1941 um outro espectáculo denominado "Festa Artística de Alfredo Marceneiro", desta feita no Solar da Alegria; ou, ainda, a consagração como "Rei do Fado", no Café Luso, a 3 de Janeiro de 1948.
Apesar do sucesso da sua carreira nunca saiu de Portugal para actuações e raramente deixou Lisboa, embora na década de 1930 tivesse integrado alguns espectáculos de grupos criados para efectuar tournées por Portugal, caso da "Troupe Guitarra de Portugal", com Ercília Costa, Rosa Costa, Alberto Costa, João Fernandes (guitarra) e Santos Moreira (viola); ou da "Troup Artística de Fados Armandinho", com Armandinho, Georgino Gonçalves, Cecília d’ Almeida, Filipe Pinto e José Porfírio.
Alfredo Marceneiro cantou também no Teatro, subindo ao palco do Coliseu dos Recreios, em 1930, com a Opereta "História do Fado", onde actuavam Beatriz Costa e Vasco Santana. As suas interpretações em palcos de teatros incluíram também o São Luiz, o Avenida, o Apolo, o Éden - Teatro, o Capitólio, o Politeama, o Maria Vitória, e outros.
Em 1939, com a conhecida cantadeira Berta Cardoso, grava actuações no Teatro Variedades e no Retiro do Colete Encarnado, que serão apresentadas no filme" Feitiço do Império", de António Lopes Ribeiro. O "Feitiço do Império" estreia nas salas de cinema em 1940, e tem apresentações até 1952. O filme foi protagonizado por Luís de Campos e Isabela Tovar, Francisco Ribeiro (Ribeirinho), António Silva e Madalena Sotto. Lamentavelmente, a película existente na Cinemateca Portuguesa apresenta-se bastante deteriorada.
As gravações discográficas da sua obra não são muitas, uma vez que não apreciava cantar senão nos locais que considerava próprios e com a presença do público. Assim, apesar de ter gravado o seu primeiro disco, para a Casa Cardoso, em 1930, com os temas "Remorso" e "Natal do Criminoso", passou logo depois a ser artista privativo da Valentim de Carvalho. Seguiram-se apenas quatro LP’s e três EP’s, o último, "Fabuloso Marceneiro", gravado aos 70 anos.
O fadista também fez poucas aparições em programas de televisão. Em 1969, uma equipa técnica constituída por Henrique Mendes e Carlos do Carmo, como produtores, Luís Andrade, como realizador e José Maria Tudella, como operador de imagem, tem de se deslocar ao Bairro Alto para acompanhar Alfredo Marceneiro nas suas interpretações e poder assim realizar uma reportagem documental para a RTP. Dez anos mais tarde, em 1979, será pela intervenção do seu neto Vítor Duarte, que acederá a realizar um programa para a RTP, o qual foi exibido a 14 de Janeiro de 1980 e editado em DVD, pela Ovação, em 2007.
Apesar da sua fama e sucesso crescente mantém a profissão de marceneiro, até à década de 1930 nas oficinas de Diamantino Tojal e, posteriormente, nas Construções Navais do Arsenal do Alfeite, que depois passaram a ser administradas pela C.U.F..
Só em 1946 se dedica exclusivamente ao Fado como profissional, conservando no entanto em casa o banco de marceneiro e as ferramentas com que se entretinha a fazer pequenos trabalhos, um dos quais "A Casa da Mariquinhas", obra que merece especial relevo pelo cariz emblemático que assume para a própria História do Fado de Lisboa. Trata-se de uma construção em madeira, na escala de 1 por 10, em que, inspirado na letra de Silva Tavares, construíu/reconstruíu a casa evocada na descrição do poeta. Esta peça está actualmente na exposição permanente do Museu do Fado.
Alfredo Marceneiro considerava-se um estilista e nesta criação de estilos acabou por ser autor de composições que são hoje consideradas Fados tradicionais. A sua primeira composição foi a "Marcha do Alfredo Marceneiro", mas seguiram-se muitas outras como: "Fado Laranjeira", "Lembro-me de ti", "Fado Bailado", "Fado Bailarico", "Fado Balada", "Fado Cabaré", "Fado Cravo", "Fado CUF", "Fado Louco", "Mocita dos Caracóis", "Fado Pagem", "Fado Pierrot", "Bêbado Pintor" e "Fado Aida". Com a ajuda de Armando Augusto Freire (Armandinho), que lhe passa para pauta as suas criações, o fadista regista as suas músicas na Sociedade de Escritores e Autores Teatrais Portugueses.
O fadista foi pai de cinco filhos. Os primeiros dois: Rodrigo Duarte e Esmeraldo Duarte, resultaram de duas relações efémeras e os outros três: Carlos, Alfredo e Aida são fruto da sua união com Judite de Sousa Figueiredo com quem viveu até à data da sua morte, a 26 de Junho de 1982.
"Ti’ Alfredo" para os fadistas e amigos continua a ser considerado um dos fadistas maiores, seguido como um modelo na forma de dividir os versos cantados, não permitindo que as pausas musicais interrompam o sentido das orações. A sua figura característica, sempre de boina e lenço de seda ao pescoço, será recordada juntamente com o seu modo particular de interpretar, com o balancear de ombros e tronco e as mãos nos bolsos.
Alfredo Marceneiro reforma-se em 1963, realizando-se a 25 de Maio desse ano, no Teatro S. Luiz, a festa "A Madrugada do Fado - Consagração e despedida do Grande Artista Alfredo Duarte Marceneiro". Na verdade esta não foi uma despedida, Alfredo Marceneiro continuou a cantar durante quase mais duas décadas.
Em 23 de Junho de 1980, numa cerimónia realizada no Teatro São Luiz, é-lhe entregue a "Medalha de Ouro de Mérito da Cidade de Lisboa", pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Krus Abecassis.
Postumamente foi-lhe atribuída a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, a 10 de Junho de 1984 pelo Presidente da República General Ramalho Eanes. A Câmara Municipal de Lisboa dá o seu nome a uma rua do Bairro de Chelas e, em 1991, foi comemorado o centenário do nascimento do fadista e entre outros eventos foi lançado o duplo álbum "O melhor de Alfredo Marceneiro" (EMI-Valentim de Carvalho) e foi exibido na RTP o documentário "Alfredo Marceneiro é só Fado".
Fonte:
“Guitarra de Portugal”, 10 de Novembro 1926;
“Trovas de Portugal”, 4 de Fevereiro 1934;
“Guitarra de Portugal”, 20 de Julho 1935;
“Canção do Sul”, 16 de Setembro 1935;
“Canção do Sul”, 16 de Novembro 1943;
“Guitarra de Portugal”, 15 de Julho 1946;
“Ecos de Portugal”, 1 de Janeiro 1948;
“Voz de Portugal”, 1 Outubro 1957;
“Flama”, 12 de Outubro de 1962;
“Álbum da Canção”, 1 de Agosto 1963;
“Diário de Lisboa”, 20 de Março 1968;
“Rádio e Televisão”, Novembro 1969;
“Flama”, 26 de Abril de 1974;
“Diário de Notícias”, 27 de Junho de 1981;
“Correio da Manhã”, 28 de Junho de 1982;
“Mais”, 2 de Julho de 1982;
Machado, Vítor (1937), “Ídolos do Fado”, Tipografia Machado;
Duarte, Vítor (1995), “Recordar Alfredo Marceneiro”, Venda Nova, Sistema J;
Duarte, Vítor (2001), “Alfredo Marceneiro...Os Fados que ele cantou”, Lisboa, Clássica Editora.
DVD “3 Gerações de Fado”, Ovação, 2007.
http://alfredomarceneiro.blogs.sapo.pt
Informações fornecidas pelo neto do fadista Vítor Duarte
![](/media/2019/12/0.17011000 1222906926.jpg)
Alfredo Marceneiro s/d.
![](/media/2019/12/0.23337600 1222906926.jpg)
Fernanda Maria e Alfredo Marceneiro s/d.
![](/media/2019/12/0.28913500 1222906926.jpg)
Alfredo Marceneiro e Lucília do Carmo s/d.
![](/media/2019/12/0.31571100 1222906926.jpg)
Alfredo Marceneiro Solar do Minho, s/d.
![](/media/2019/12/argentina_santos_alfredo_marceneiro.jpg)
Argentina Santos e Alfredo Marceneiro Parreirinha de Alfama, s/d.
![](/media/2019/12/0.39465300 1222906926.jpg)
Carlos Ramos e Alfredo Marceneiro A Toca, s/d.
![](/media/2019/12/0.49834100 1222906926.jpg)
Alfredo Marceneiro, Amália Rodrigues e Fernando Farinha s/d.
![](/media/2019/12/0.03593900 1222932007.jpg)
Alfredo Marceneiro s/d.
![](/media/2019/12/0.25774000 1249643147.jpg)
Alfredo Marceneiro s/d.
![](/media/2019/12/0.42327200 1249643147.jpg)
Alfredo Marceneiro, Sr. Mesquita, Eduarda Maria e Fernando Farinha Adega Mesquita, s/d.
![](/media/2019/12/0.53133100 1249643147.jpg)
Maria Pereira, Maria de Lurdes Machado, Jacinto Pereira e Alfredo Marceneiro Adega Machado, s/d.
![](/media/2019/12/0.81978300 1249643147.jpg)
José Pracana, José Nunes, Paquito, José Inácio e Alfredo Marceneiro Arreda, Cascais, década de 1960.
![](/media/2019/12/0.01006600 1249643150.jpg)
Alfredo Marceneiro e Maria do Carmo 1934
![](/media/2019/12/0.71137500 1249643150.jpg)
Alfredo Marceneiro e Lucília do Carmo Faia, s/d.
![](/media/2019/12/0.73899300 1249920995.jpg)
Alfredo Marceneiro Pavilhão dos Desportos, Prémio da Imprensa, 1964.
-
Casa da Mariquinhas Alfredo Marceneiro (Silva Tavares / Fado Corrido)
![](/media/2019/12/1249665039.jpg)
Alfredo Marceneiro / Alfredo Duarte Jr., Ser Fadista, Columbia SLEM 2164
![](/media/2019/12/1249664365.jpg)
Alfredo Marceneiro / Fernando Farinha, Fado de Ontem e de Hoje, Columbia SLEM 2108
![](/media/2019/12/1249921451.jpg)
Alfredo Marceneiro / Vítor Duarte, O Dueto dos Marceneiros, Estudio EEP 50162
![](/media/2019/12/1249921435.jpg)
Alfredo Marceneiro e o Fado, Estudio EEP 50200
![](/media/2019/12/1249921405.jpg)
Alfredo Marceneiro, Columbia SLEM 2123
![](/media/2019/12/1249921377.jpg)
Alfredo Marceneiro, Columbia SLEM 2124
![](/media/2019/12/doc_24.jpg)
Bilhete de Festa Artística de | Tribute Concert to Alfredo Marceneiro, Parque Mayer, Lisboa | Lisbon, 1933
![](/media/2019/12/doc_2.jpg)
Bilhete de Identidade | Identity Card Luna Parque, Alfredo Marceneiro, Temporada | Season 1935
![](/media/2020/3/6201_Cartao ID Caixa de Previdencia_A Marceneiro_1945.jpg)
Cartão Caixa de Previdência | Social Welfare Identity Card de Alfredo Marceneiro, 1945
![](/media/2020/3/6201_Cartao ID Caixa de Previdencia_A Marceneiro_1945_pp 2_3.jpg)
Cartão Caixa de Previdência | Social Welfare Identity Card de Alfredo Marceneiro, 1945
![](/media/2019/12/doc_50.jpg)
Cartão de Identidade da Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal | Portugal's Workers Co-operative Society de Alfredo Marceneiro, 1941
![](/media/2020/3/Cartao sindical_A Marceneiro_1939.jpg)
Cartão Sindical | Trade Union Card, Alfredo Marceneiro
![](/media/2020/3/6204_Cartao Socio A Voz do Operario_A Marceneiro_1918.jpg)
Cartão Sócio | Membership Card A Voz do Operário, Alfredo Marceneiro
![](/media/2020/3/6202_Carteira Profissiona_A Marceneiro_1953.jpg)
Carteira Profissional | Professional Card, Alfredo Marceneiro, 1953
![](/media/2020/3/6198_Cartao ID Org Militar Industrial_A Marceneiro__1944.jpg)
Carteira Profissional |Professional Card, 1944
![](/media/2020/3/20024_cópia do livro de oiro de alfredo marceneiro.jpeg)
Livro de Oiro de Alfredo Marceneiro | Golden Book Alfredo Marceneiro, 1938
![](/media/2020/3/11504_Passaporte_A Marceneiro_1954.jpg)
Passaporte de Alfredo Marceneiro, 1968, p.1
![](/media/2019/12/doc_30.jpg)
Passaporte de Alfredo Marceneiro, 1968, p.2/3
![](/media/2020/3/11504_Passaporte_A Marceneiro_1954_pp 4_5.jpg)
Passaporte de Alfredo Marceneiro, 1968, p.4
![](/media/2020/4/Programa Luso_11 Maio 1954_contracapa.jpg)
Programa | Program Luso, 1954, p.3
![](/media/2019/12/poster_31.jpg)
Berta Cardoso e Alfredo Marceneiro, Bombeiros de Santarém, 1940
![](/media/2019/12/poster_30.jpg)
Cinema Palatino, 1941
![](/media/2019/12/poster_29.jpg)
Ercília Costa, Cervejaria Jansen, 1930
![](/media/2019/12/poster_28.jpg)
Teatro Aveirense, Aveiro, 1939
![](/media/2019/12/pub_114.jpg)
A Voz de Portugal, 1 de Outubro | October 1957, p. 6
![](/media/2019/12/pub_118.jpg)
Álbum da Canção, 1 de Agosto | August 1963
![](/media/2019/12/pub_119.jpg)
Canção do Sul, 13 de Maio | May 1923
![](/media/2019/12/pub_246.jpg)
Canção do Sul, 16 de Abril | April 1939, p. 4
![](/media/2019/12/pub_121.jpg)
Canção do Sul, 16 de Novembro | November 1943
![](/media/2019/12/pub_124.jpg)
Flama, 26 de Abril | April 1974
![](/media/2019/12/pub_89.jpg)
Guitarra de Portugal, 15 de Julho | July 1946
![](/media/2019/12/pub_91.jpg)
Guitarra de Portugal, 15 de Julho | July 1946, p. 3
![](/media/2019/12/pub_97.jpg)
Guitarra de Portugal, 20 de Julho | July 1935
![](/media/2019/12/pub_125.jpg)
Mais, 2 de Julho | July 1982
![](/media/2019/12/pub_127.jpg)
O Dia, 28 de Junho | June 1982, p. 21
![](/media/2019/12/pub_128.jpg)
Primeiro de Janeiro, 27 de Junho | June 1982, p. 37
![](/media/2019/12/pub_130.jpg)
Público, 25 de Fevereiro | February 1991, p. 24
![](/media/2019/12/pub_201.jpg)